terça-feira, 22 de outubro de 2013

Bartolomeu Campos de Queirós.


Um escritor que se foi.
Conheci somente agora e me apaixonei.
Vale a pena conhecer. Palavras impactantes que ecoam meu coração até agora.

"QUANDO A DOR É MUITA, EU ESCREVO..."

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Renascendo

Ezequiel 17:

24Todas as árvores dos campos ficarão sabendo
que eu sou o Senhor.
Eu derrubo as árvores altas
e faço as árvores pequenas crescerem.
Eu seco as árvores verdes
e faço com que as árvores secas fiquem verdes de novo.
— Eu, o Senhor, falei; eu cumprirei o que prometi.”

quinta-feira, 21 de março de 2013

O TEMPO E AS JABUTICABAS

O TEMPO E AS JABUTICABAS

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver
daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela
menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela
chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir
quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.
Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos
para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem
para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio.
Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas,
que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões
de 'confrontação', onde 'tiramos fatos a limpo'.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: 'as pessoas
não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a
essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente
humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não
foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados,
e deseja tão somente andar ao lado do que é justo.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse
amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.'
O essencial faz a vida valer a pena.

Rubem Alves

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Adaptação

A adaptação escolar tem sido um momento muito difícil para mim.

Nos primeiros dias ela saiu correndo em direção para sala de aula, e parecia não querer saber da minha presença, mas uma semana se passou e as coisas mudaram...




Não quer ficar na classe e chora muito quando eu saio.

Meu coração ainda está em pedaços, mesmo sabendo que é uma fase.

Mas será que tenho ainda várias fases de separação com minha filha?

Então ser mãe é sofrer?

Quero buscar a felicidade mais do que as tristezas, pois o choro se tornará a alegria dela no futuro.

Acalentar e abraçar em qualquer momento de sofrimento não significa amar.

Amar também significa deixar livre, deixar crescer...

Assim me sinto também como filha de Deus... As vezes choro e não sinto seu abraço, mas sei que Ele vem me buscar no final da provação... E essa provação se tornará em benção na minha vida, e me sentirei feliz aonde Ele escolheu me colocar


terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Cada um faz o que quer


“Doutora, quero que a senhora passe uma vitamina para o meu filho porque ele não come na-da. Aliás, o garoto  já tem 5 anos e só toma leite na mamadeira. Não quer arroz com feijão, detesta fruta, mas acaba com um pacote inteiro de biscoito. Depois da escola fica parado na frente da televisão. Vai ver que é por isso que ele está gordinho. O que a senhora acha que eu devo fazer?”
Era assim que muitas consultas começavam: uma demanda no estilo clientesolicitando serviço específico, algumas perguntas retóricas e um tom queixoso e insatisfeito. Posso adiantar: o papo era longo. Divertido (pelo menos para mim). Revelador. Um abacaxi enorme para ser descascado na consulta de pelo menos 1 hora. Obviamente o problema não era falta da vitamina, mas uma sucessão de hábitos e comportamentos equivocados. E quer saber? Muitos não gostavam da gente se intrometer nas manias da família e diziam francamente:Dá para passar logo a receita?
Mas você já ouviu variantes assim.
“Rapá, estou endividado até o pescoço. Meus cartões estouraram, meu nome sujou na praça. Mas também com essa mulher que só gasta. Os filhos só querem marca de grife. Estou pensando em um empréstimo. Só para aliviar.  Pelo menos agiota não faz pergunta. O que você acha?”
“Menina, tenho que emagrecer até o casamento da fulana! Amanhã mesmo começo uma dieta que uma amiga recomendou. Infalível. Ela me disse que tem como conseguir um remédio que tira a fome, tudo natural, você sabe. Dá para perder dez quilos em um mês. Vai valer a pena o sacrifício. Sacrifício não é para sempre. Depois? Depois volto para minha feijoadinha e meu choppinho.”
Falando sério. Cada vez que ouço uma dessas me convenço que não existe mesmo esse negócio de “milagre-mágica”. Cada vez menos acredito em versões onde a culpa é exclusiva do mocinho ou do bandido. Como é fácil o discurso impregnado pela síndrome do “vivo arranhado mas não largo o meu gato-meu emprego-meu estilo de vida-minha religião-meus preconceitos”. E por aí vai.
Ainda quando pedem uma dica, as pessoas só vão fazer o que realmente querem. As pessoas ouvem só o que querem ouvir. Podem ver e constatar uma infinidade de coisas  - vão reter, no fundo, no fundo, só o que querem. Vejo isso pelos diálogos nos consultórios, nas rodas de amigos, nas famílias, nas empresas, nos relacionamentos disfuncionais, nos hábitos cultivados de inveja, de teimosia, de exercícios físicos ou alimentação.
Estamos fazendo somente aquilo que queremos, desde o princípio. Honestamente, para que pedir conselhos? Cada um faz o que quer.
“Cada um faz o que quer” não é um imperativo – é um fato, uma constatação! Não se esqueça. Nossas ações (ou omissões) feitas em livre e espontânea vontade terão seu desdobramento natural da mesma forma como uma semente plantada sob a terra dá seu fruto. Manga dá manga. Laranja dá laranja. Não espere frutos de paz se a semente foi desconfiança, crítica, desamor. Não culpe infantilmente outros ou a “deus”/Deus pelo dia da sua colheita. Acredite ou não, esse dia chegará.
Mas como eu dizia, cada um faz o que quer.
HBP, 18/07/2012

Fonte: Blog Timilique: http://tiatiz.wordpress.com/