quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Meu avô

Estou em casa, quando toca o telefone. Era meu avô. Como ele havia me pedido para digitar um texto no computador, ligou para cancelar esse trabalho, pois descobriu que já o tinha e que iria copiar para seu pen drive.
Lembrando das minhas amigas de infânica, e das conversas sobre nossas famílias e avòs, percebi que havia algo diferente com o meu.
Eu escutava elas dizendo do avô fofinfo e calmo, sentado em sua cadeira lendo o jornal, passeando raramente no quarteirão de sua casa. Às vezes um certo tom de autoridade invertida que recai sobre os netos, decide quando e o que fazer com seu avô, pois ele indefeso, não tem mais como opinar. Nessas horas, eu ficava pensando no que falar....
Meu avô tem 91 anos. Ele é uma das pessoas mais decididas e teimosas que eu já conheci na vida.
Meu avô tem um carro que pode ser considerado de"mauricinho" e com ele, vai para cima e para baixo, resolvendo seus assuntos de trabalho, que ainda tem. Ìnumeras vezes, quase que diárias, vai a supermercados, procurando sempre uma boa promoção, nem que seja comprar uma massa fresca no Dicunto, lá na Zona Lesta. Meu avô mora na Zona Oeste!
Meu avô é apaixonado por tecnologia, e hoje tem um computador dos melhores do nosso tempo, e já criou seu próprio Blog, tem msn, e ficou curioso para entrar no FaceBook.
Outro dia fui à casa dele, e todo orgulhoso veio me mostrar sua nova aquisição: uma TV de LCD que comprou via internet. Penso que ele lhe dá melhor com a tecnologia do que eu.
Raras vezes tentei impor minha opinião para ele, pois inevitávelmente ele iria discordar ou impor a sua. Mas umas das coisas que mais gosto no meu avô é a paixão pela história de nossa família.
Desde criança eu sempre fui muito curiosa para saber minha acêndencia, e consegui saber muita coisa através do meu avô.
Meu avô nasceu em São Paulo em 1918. Seu pai e sua mãe eram imigrantes italianos.
Meu bisavô veio fugido da Itáilia, de um vilareijo chamado Veglio Moço, perto da Suiça. Quando digo fugido, sei que é um mistério até hoje para meu avô. Ele diz que seu pai era muito fechado, e até sofreu por isso, e foi saber depois por outros parentes que viera conhecer. Minha bisavò teve uma história bem sofrida: Dona Bartolomea Bartima, a qual eu tive o privilégio de conhecer,veio Brasil com 5 anos. Ela era da Sicìlia, mas não mafiosa rsrs!!Sua mãe, sabia ler e escrever, pois aprendeu com uma Baronesa na Itália, da qual era criada. Por ser uma pessoa instruída para a época, não aceitou morar nas senzalas. Vieram para São Paulo buscar emprego. Com o tempo, teve mais um filho, depois de 7. Mas dessa vez, ela adoeçeu e faleceu. Então minha bisavò, aos 6 anos, teve que tomar conta de seus irmãos, pois seu pai, que trabalhava no Bondinho, não podia ficar em casa.
Bom, essa é umas das várias histórias que meu avô sempre me conta. Ele guarda com ele, todas os passaportes e itens pessoias de nossa família.
Vou falar, quando surgir uma oportunidade, que gostaria de herdar tudo isso. Quero deixar registrado aos meus filhos, a nossa história.
Ao falar do meu avô, lembrei de um versículo que é um mandamento do Senhor:
"Honra teu pai e tua mãe, como te ordenou o Senhor, o teu Deus, para que tenhas longa vida e tudo te vá bem na terra que o Senhor,o teu Deus, te dá. Deuteronômio 5:16
Esse mandamento é para os que creêm e os que não creêm. Toda vez que vejo uma pessoa idosa, mas bem saúdavel, eu lembro desse versìculo e penso: Este deve ter honrado seus pais!!!!

Um comentário:

  1. Nossa não acredito que seu avô tem 91 eu dava uns 75 anos pra ele!!! Beijinhos

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